Os riscos de misturar pessoa física com pessoa jurídica

A mistura das contas da Pessoa Física com a Pessoa Jurídica é uma conduta extremamente comum em micro e pequenas empresas, o que pode ser fatal para os negócios e por isto deve ser evitada.

Organizar as contas e definir, desde o início, os parâmetros financeiros da sua gestão do caixa é imprescindível para que o dinheiro da empresa não seja utilizado para custear gastos pessoais dos sócios e para que suas reservas também não sejam utilizadas para socorrê-la.  Quando este planejamento não ocorre, é muito comum que o patrimônio pessoal seja comprometido.

Em decorrência de uma falta de educação financeira alguns cenários se tornam muito comuns. Diversas vezes é possível ver o empreendedor usando o cartão corporativo para pagar despesas pessoais, usando os recursos da empresa para beneficiar sua família e pegando todo o lucro para comprar imóveis, carros e fazer viagens ao invés de investir parte dele na ampliação do negócio.

Para muitos, isto pode não parecer um problema, mas estes comportamentos, em curto e médio prazo, podem acarretar o insucesso do empreendimento.

Em todos os casos, os prejuízos para ambas as partes são muitos. Podendo ocasionar a desconsideração da personalidade jurídica, atingindo o patrimônio dos sócios, além de uma possível responsabilidade tributária.

Por estes motivos é de suma importância que o empresário saiba distinguir suas contas e faça escolhas assertivas acerca de retiradas e investimentos.

Conheça os tipos de retirada de dinheiro:

Pró-Labore

O valor pago pelas atividades dos sócios é chamado de pró-labore, do latim “pelo trabalho” remuneração que é diferente de um salário comum. Sobre ele, por exemplo, não é obrigatório o pagamento de férias, direitos trabalhistas, décimo terceiro e fundo de garantia (FGTS).

O pró-labore é um valor fixo, definido com base nas atividades administrativas que associado faz na empresa. Para facilitar isso, muitas vezes a lógica seguira é a do valor que seria pago a um colaborador pelas mesmas funções.

Distribuição do Lucro

Na distribuição de lucros, ao final de um período determinado, os sócios de devem calcular qual foi o lucro gerado pela empresa. Esta informação é de extrema importância, também, para determinar se o negócio está indo bem e, se não estiver, que mudanças serão necessárias. O valor calculado como lucro pode (e deve) ser distribuído aos sócios.

É sempre importante definir quais as regras desta distribuição, como periodicidade, percentual de cada um, reserva de caixa e casos de antecipação de lucros.

Mesmo parecendo não ser uma missão fácil, separar as finanças pessoais dos números da empresa é algo que deve ser feito. E, caso você tenha dificuldades, pode pedir auxílio profissional de um contador. Além de lhe orientar com os primeiros procedimentos para sair do caos financeiro desta mistura de contas, ele saberá lhe informar o que é legalmente válido, no momento de destinar os recursos da empresa.